
Em agosto, houve ganhos reais em 86,6% das negociações coletivas analisadas pelo Dieese. O boletim “De Olho nas Negociações” mostra, ainda, que 5,5% dos acordos igualaram o INPC e 7,8% ficaram abaixo da inflação.
Segundo Luís Ribeiro, técnico do Dieese, o segundo semestre costuma trazer melhores resultados, sobretudo por abranger datas-bases de categorias com maior poder de pressão, como bancários, metalúrgicos e petroleiros.
A novidade em agosto foi o desempenho dos setores de Turismo e Hospitalidade (aumentos reais em 91% dos casos) e Comércio de Minérios e Derivados de Petróleo (100% de acordos acima do INPC). “Essas categorias tiveram excelentes resultados e elevaram a média do mês. Elas incluem frentistas e hoteleiros”, comenta Luis.
Estabilidade – Neste ano, o Dieese já analisou 12.997 negociações. Em 78,7% delas, houve reajustes acima da inflação; outras 12,9% repuseram o INPC, e 8,4% tiveram perdas nas datas-bases.
O técnico do Dieese vê uma tendência de estabilidade: “Há flutuações mensais, mas o acumulado em 12 meses sempre gira em torno de 80% de acordos com ganhos reais. Esse deve ser o resultado que alcançaremos ao final de 2025”.
Tarifaço – Luis avalia que, a julgar pelos resultados de agosto, o tarifaço imposto por Donald Trump aos nossos produtos exportados aos EUA não terá impacto nas negociações coletivas. Taxação começou a vigorar no dia 6 de agosto.
Economia – Para o técnico do Dieese, a deflação de -0,21% apurada em agosto tende a gerar resultados positivos para os próximos acordos. Além disso, o índice pressiona o Banco Central a rever sua política de juros. Luis diz: “É essencial que a Selic caia, pra dinamizar a economia, tirar dinheiro da especulação financeira e colocar na economia real. Isso trará resultados ainda melhores para as negociações coletivas”, afirma.
Mais – Site do Dieese.
Fonte: Agência Sindical